
ColetivoDiBando
um(a) reticência por um bilhete ou quem sabe uma conversa
Estamos no século do avanço tecnológico, onde as informações estão acessíveis a todos por meio de uma rede de conexões. As novas tecnologias aceleram a nossa comunicação, criam pontes e tornam as relações pessoais (virtuais) em um rizoma. A cada dia nos comunicamos mais e muitos têm acesso a espaços das nossas vidas por meio de fotos, vídeos, posts, comentários, e etc., todos gentilmente disponibilizados por nós, na rede.
Vivemos em uma dupla sociedade: real e virtual. Se antes havia reuniões presenciais para discutir assuntos afins, encontrar colegas da época de escola, familiares, organizar uma festa surpresa ou simplesmente conversar com um velho e bom amigo, hoje criamos grupos virtuais e conversamos em tempo real, nos intervalos do almoço, nas pausas da conversa de alguém que está fisicamente presente, em qualquer momento que houver tempo para movimentarmos os nossos dedos para compormos realidades virtuais. A fala, a conversa anda perdendo seu pódio no ranking da comunicação. Os meios eletrônicos se tornaram sinônimos de namoro, amizade, integração, informação... São as máquinas do século.
Após a experiência da montagem da peça “Cartas de um outubro que virou novembro” onde nós – Coletivo DiBando - nos questionávamos, constantemente, se valia a pena falar de amor num período em que o eu te amo se tornou a frase mais comum e a ação menos efetivada. E éramos convencidos a cada apresentação de que sim, que as pessoas precisavam apenas de um espaço pra falar sobre seus sentimentos, inícios, meios e fins. Ouvir as pessoas em cena nos impulsionou a querer ouvir mais, fazer parte da rede virtual também. Diante destes dois estímulos muito fortes resolvemos oferecer reticências por um bilhete, uma história de amor, uma história de vida ou uma história qualquer.
Com caráter de performance instalação, em “Um(a) reticências por um bilhete ou quem sabe uma conversa”, performes se colocam a disposição, por uma hora, para trocar as suas reticências – um chá com biscoitos, uma dança, uma massagem, uma contação de história, a leitura de uma poesia, um jogo de cartas, ou um abraço... – por um bilhete, por uma história real, por uma conversa, um desabafo, por uma memória. Performes como diários vivos, distantes de serem terapeutas mais próximos de serem pessoas reais dispostas a contatos reais.
Concepção
Tieta Macau
Elenco-propositor
Juliana Rizzo
Renato Guterres
Dandara Ferreira
Ruan Paz
Wand Albuquerque
Tieta Macau
â
Vídeo
Diones Caldas

